A falta de apetite é algo comum no paciente oncológico visto que existem determinados tipos de câncer que podem favorecer esse sintoma, além dos efeitos colaterais do tratamento ou até mesmo por conta das alterações metabólicas causadas pelo tumor.

Apesar da obesidade ser considerada um fator de risco para o desenvolvimento da doença, em alguns casos de diagnóstico de tumor maligno, o foco principal do manejo nutricional não é o emagrecimento imediato, pois é preciso considerar que durante o tratamento haverá a perda de peso involuntária devido a fatores metabólicos e associados.
Por isso, a manutenção do peso saudável deve ocorrer priorizando a manutenção da massa magra ou reserva muscular do corpo que será fundamental para evitar um quadro de desnutrição ou até mesmo de obesidade sarcopênica (obesidade em que há baixa funcionalidade devido à redução dos níveis de massa muscular).
Após a avaliação do tipo de tumor e a possibilidade de retirada pelo médico, o paciente que deverá submeter-se a cirurgia de remoção tumoral precisa de acompanhamento pré-operatório e pós-operatório, pois quanto maior o risco nutricional desse paciente, as complicações cirúrgicas podem ser mais críticas se não houver acompanhamento adequado.

Causas da Falta de Apetite no Paciente Oncológico
A falta de apetite pode desencadear a perda de peso como resultado do baixo consumo alimentar. Dentre as principais causas podemos listar:
- Alterações metabólicas causadas pelo tumor;
- Comportamento alimentar alterado devido a fatores emocionais (angústia, medo, depressão, ansiedade);
- Sintomas provocados pelos efeitos colaterais dos tratamentos de quimioterapia e radioterapia;
- Dor;
- Alterações gastrointestinais.
Técnicas Nutricionais para Melhora do Apetite
Para driblar a falta de apetite do paciente oncológico, o nutricionista pode usar algumas técnicas de aconselhamento nutricional para que o paciente possa manter sua nutrição mesmo passando por essa dificuldade:
- Fracionar as refeições, ou seja, dividir ao longo do dia pequenas porções com intervalos menores entre as refeições;
- Dar preferência aos alimentos em consistência líquida ou pastosa;
- Aumentar o aporte nutricional das refeições com acréscimo de alimentos com maior valor nutricional;
- Incluir suplemento alimentar oral;
- Dar preferência aos alimentos de maior satisfação, excluindo alimentos que o paciente não gosta ou possui aversão;
- Incluir sabores diferentes usando ervas aromatizantes naturais;
- Manter o uso correto das medicações prescritas pelo médico oncologista para o controle de sintomas;
- Evitar o consumo de líquidos junto às refeições;
- Realizar as refeições em local agradável, procurar manter o convívio social e desenvolvimento afetivo relacionado à alimentação.
Se você está passando por isso e deseja receber aconselhamento nutricional, entre em contato com o Instituto Brasil Mais Social, participe do nosso projeto Driblando o Câncer e solicite atendimento com nutricionista.
Escrito por Nutricionista Karina Fernanda Genier Murari Fernandes | CRN3 55310. Especializada em nutrição clínica e nutrição em saúde cardiovascular pelo Instituto de cardiologia Dante Pazzanese e Coordenadora de Nutrição Instituto Brasil Mais Social.
Fonte: INCA, Instituto Americas