Balança de alimentos saudáveis e não saudáveis

Impactos do sedentarismo no Brasil

A cada 6 brasileiros, 10 são sedentários. O sedentarismo é um dos principais fatores de risco para o diabetes e a obesidade.

Em primeiro lugar, quando foi a última vez que você praticou alguma atividade física? O sedentarismo no Brasil vem crescendo ao longo dos anos. De acordo com a pesquisa da Ipsos, mais de um terço dos brasileiros são sedentários, ou seja, não praticam nenhum exercício numa semana normal.

Com os avanços da tecnologia, as pessoas começaram a executar diferentes tarefas por meio das telas. Ir ao mercado, à loja, à farmácia ou ao banco não é mais necessário, tudo pode ser resolvido no conforto da sua casa. Praticidade e facilidade total. No entanto, com o isolamento social, devido à pandemia de COVID-19, tornamo-nos ainda mais dependentes dessas telas.

Na pandemia, ficamos mais em casa e, consequentemente, muitos começaram a trabalhar homeoffice. Conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios: PNAD COVID-19, mais de 7,3 milhões de brasileiros trabalhavam remotamente em 2020.

Dessa forma, passamos a ficar mais sentados. Além disso, muitas pessoas, começaram a consumir mais alimentos ultraprocessados, que, na maioria das vezes, são mais fáceis de preparar, porém, menos nutritivos.

Esses fatores são favoráveis à obesidade, doença que vitimiza cerca de 300 mil pessoas todo ano. Por isso, o sedentarismo é um assunto que não pode ser deixado para depois. Este artigo possui como objetivo informar sobre o sedentarismo no país e conscientizar sobre as causas, os riscos e as formas de prevenção.

O que é sedentarismo?

O sedentarismo acontece quando as atividades físicas realizadas não proporcionam gasto de calorias. Pode-se considerar sedentário a pessoa que gasta menos de 2200 calorias por semana.

O nosso corpo necessita de energia para realizar a suas atividades. Nesse sentido, a energia pode ser obtida através do consumo de alimentos, sejam eles in natura, processados ou ultraprocessados.

Entretanto, o organismo utiliza apenas uma parte do que consumimos. Então, caso não gastemos essa energia em forma de calorias, ela pode se acumular nas células adiposas – ou seja, as células de gordura – e ocasionar a obesidade.

Dessa forma, a falta de atividade física e o consumo de alimentos ricos em calorias podem ser prejudiciais. No próximo tópico, explicaremos os impactos do consumo de álcool e a má alimentação.

Consumo de álcool

A pesquisa Convid, realizada em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais e a Universidade Estadual de Campinas, divulgada em 2021, possui como objetivo verificar como a pandemia afetou a vida de adolescentes e adultos. Os dados foram coletados entre abril e maio de 2020.

Conforme a pesquisa, 17,6% dos entrevistados relataram o consumo de bebidas alcoólica durante a pandemia. Um dos fatores associados a esse aumento foi a frequência com que as pessoas se sentem tristes ou deprimidas. A pandemia foi um período de grandes mudanças, incertezas e perdas.

Entretanto, o consumo de bebidas alcoólicas já era alto antes da Covid-19. De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde, em 2019, cerca de 26,40% dos indivíduos maiores de 18 anos ou mais costumavam consumir alguma bebida alcoólica pelo menos 1 dia na semana.

Alimentação

Ainda segundo a Convid, o consumo de alimentos, verduras, frutas e feijão diminuiu durante a pandemia. No entanto, o consumo de alimentos não saudáveis cresceu entre adultos e adolescentes. Destaque para o crescimento do consumo de biscoitos, chocolates, doces e tortas e alimentos embutidos.

Em 2019, menos de 45% dos adultos consumiam alimentos saudáveis. Já em adolescentes, menos de 60%. O fácil acesso e a praticidade fazem muitas pessoas consumirem esses alimentos processados e ultraprocessados.

Conforme o Ministério da Saúde, os alimentos processados são alimentos produzidos pela indústria, onde são adicionados sal, açúcar ou outra substância aos alimentos in natura para torná-los duráveis. Em relação aos alimentos ultraprocessados, são alimentos fabricados a partir de substâncias como óleos, gorduras, açúcar, amido, proteínas, e também produtos sintetizadas em laboratórios, como corantes e aromatizantes.

Por exemplo, podemos citar os embutidos (presunto, salsicha, linguiça, hambúrguer); pratos congelados (pizzas, lasanhas); salgadinhos de pacote; chocolates e doces; achocolato e refrigerantes.

Tempo em frente às telas

Se a ingestão de alimentos não saudáveis aumentou durante a pandemia, o tempo diante das telas, também. Como falamos no início do artigo, com o isolamento social, passamos a estudar, trabalhar, comprar, pagar boletos, colocar o papo em dia, tudo on-line, e o off-line foi perdendo espaço.

Você pode resolver a sua vida sentado no conforto da sua casa, entretanto, estamos nos deslocando e nos exercitando menos e isso é preocupante. De acordo com a pesquisa Convid, durante a pandemia, os adolescentes passaram mais de 5 horas sentados, seja no celular, computador, tablet, assistindo tv, ou jogando videogame.

Entre os adultos, o tempo médio (horas por dia) usando no tablet ou computador, aumentou de 3h49min antes da pandemia, para cerca de 5h18min durante a pandemia. Além disso, 16,7% dos adultos afirmaram assistir 6 horas ou mais de TV por dia. A média foi de 3h19min.

Riscos e prevenção

O consumo exagerado de alimentos, principalmente processados e ultraprocessados, e a inatividade física, isto é, mais tempo sentado, como falamos anteriormente, podem favorecer o desenvolvimento de diversas doenças, como a obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, pressão alta e até a morte.

Entretanto, para que isso não aconteça, adotar hábitos saudáveis é fundamental. Mas não é para você correr para a academia e ficar horas na esteira, ou adotar uma mudança radical na alimentação. Não é de uma hora para outra. É preciso começar gradualmente e, claro, com acompanhamento médico.

Conforme a pesquisa Ipsos, um dos principais obstáculos para os brasileiros não realizarem atividades físicas é a falta de tempo. Hoje em dia, realizamos diversas atividades simultaneamente, uma correria e loucura total. Ao final do dia, percebemos que o dia foi pouco e ainda faltam coisas.

No entanto, precisamos dedicar um tempo para nós mesmo, seja para descansar ou até mesmo fazer uma atividade física.

Orientações de atividades físicas:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as atividades físicas proporcionam diversos benefícios: melhoram a aptidão física, a saúde mental e a qualidade do sono, também diminuem a pressão arterial, a glicose e a incidência de se desenvolver diabetes, hipertensão e câncer.

Dessa forma, a OMS recomenda a:

  • Crianças e adolescentes (5 a 17 anos): média de 60 minutos por dia de atividade física de intensidade moderada a intensa;
    • Atividades aeróbicas de intensidade vigorosa, pelo menos 3 dias por semana.
  • Adultos (18 a 64 anos): média de 150 a 300 minutos por dia de atividades físicas de intensidade moderada ou 75 a 150 minutos de atividades física de intensidade vigorosa;
    • Pelo menos 2 dias da semana de exercícios físicos para o fortalecimento muscular.
  • Idosos (65 anos ou mais): média de 150 a 300 minutos por dia de atividades físicas de intensidade moderada ou 75 a 150 minutos de atividades física de intensidade vigorosa;
    • Pelo menos 2 dias da semana de exercícios físicos para o fortalecimento muscular.

Lembrando que as atividades físicas podem ser se deslocar até o mercado ou a uma padaria; passear com o pet; brincar com os filhos, pedalar, dançar ou praticar alguma atividade que faça você se movimentar e gastar calorias. Isso fará bem para você e para o seu corpo.

Então, vamos mudar nossos hábitos e nos tornarmos mais ativos?

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Escrito por Adilson Junior

Revisado por Jéssica Duarte

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