Desafios da produção científica no Brasil

As 10 primeiras universidades brasileiras em produção científica são públicas, segundo o ranking.

Ciência nada mais é do que um conjunto de saberes baseados em métodos científicos e racionais, os quais podem ser divididos nas seguintes etapas: observação, questionamento, hipótese, experimentação, conclusão e resultado. Assim, é possível, por exemplo, desenvolver medicamentos cada vez mais eficientes, ou até mesmo vacinas para imunizar a população através da produção científica. É, portanto, um conhecimento relevante para o desenvolvimento da sociedade.

As universidades públicas assumem papel essencial no combate ao coronavírus e às suas variantes.

Estudos mostram que 90% das produções científicas são feitas em instituições públicas de ensino superior. Ainda que se saiba de sua importância, lamentavelmente, os investimentos em ciência no Brasil estão diminuindo ano a ano. Embora faltem de recursos financeiros, o Brasil ocupa o 13° lugar no ranking mundial de produção científica, segundo o Ministério da Educação (MEC).

Nesse artigo, vamos explicar a importância e os desafios que enfrentados pelos pesquisadores científicos em nosso país.

O artigo está organizado da seguinte maneira:

  • Os desafios da produção científica.
  • A produção científica nos últimos anos no Brasil.
  • A primeira vacina brasileira contra o COVID-19.

Os desafios da produção científica.

Os desafios da produção científica em universidades

A Pandemia de Covid-19 exigiu dos países uma resposta rápida para o combate desse novo vírus. Governos e empresas privadas tiveram que injetar enormes quantias para atender a alta demanda de pessoas hospitalizadas, além da compra de vacinas para imunizar a população.

Enquanto alguns países produziam, outros se viram totalmente dependentes de empresas internacionais para adquirirem o antígeno. Soma-se a isso, a ascensão do negacionismo, o qual proporcionou um atraso ainda maior na compra dos imunizantes, apesar da urgência em torno da resolução desse problema.

Na época, havia poucos fornecedores para uma demanda altíssima. Ao perceber isso, alguns países começaram a produzir a própria vacina ou a realizarem parcerias unindo conhecimento e tecnologias.

Foi assim que muitos governos resolveram aumentar as aplicações de recursos em pesquisa e desenvolvimento.

O G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, já havia ampliado seu investimento em pesquisa, no período de 2014 a 2018. Eles são responsáveis por 90% das despesas em pesquisa, pesquisadores, publicações e patentes, de acordo com o relatório de ciências da Unesco.

Ainda que o Brasil faça parte do G20, o percentual do PIB gasto pesquisa, pesquisadores, publicações e patentes, fica bem abaixo dos países desenvolvidos para se ter uma ideia.

PIB Brasileiro investido em pesquisa.

No ano de 2014, apenas 3% do PIB brasileiro era destinado à ciência. Em 2018, caiu para 2,5%. No que se refere relação às publicações científicas, o valor dispendido se manteve estável, entre 2015 e 2019, cerca de 2,8% do PIB.

Em contrapartida, nos últimos anos, países em desenvolvimento começaram a investir em ciência, tecnologia e inovação com intuito de diversificar sua economia e assim não depender de uma única atividade econômica, além de colaborar com o desenvolvimento e competitividade.

Os Estados Unidos lideram as despesas com pesquisa, seguidos pela China e União Européia. Juntos concentraram mais de 1 trilhão em investimentos em pesquisa científica, em 2018, segundo a pesquisa da Unesco.

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Indo na direção contrária aos dos países desenvolvidos, o governo federal, ao longo dos anos, diminuiu os recursos destinados ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).

Em 2009, eram investidos, cerca de R$8,620 bilhões. Já em 2021, cerca de R$1,875 bilhões de reais.

Outra ferramenta importante para custear as pesquisas científicas no país é o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o qual é constituído por meio de receitas advindas de setores como: gás, petróleo, energia, saúde e biotecnologia.

Em 2021, dos R$5,6 bilhões que compunham esse fundo, apenas R$534 milhões foram liberados. Mais de 90% foi contingenciado, segundo pesquisa da FAPESP.

A redução no investimento em ciência não afeta somente as universidades, mas também órgãos importantes para o desenvolvimento econômico e social do país como: Capes, CNPq, FioCruz e Embrapa. De acordo com o SBPC e a LOA de 2021, a Embrapa e o CNPq sofreram grandes cortes em seus orçamentos.

Investimentos nos pesquisadores e na infraestrutura dos laboratórios.

Há também insuficiência de recursos para melhorar a infraestrutura dos laboratórios nas universidades. O Fundo de Infraestrutura, responsável por cuidar disso, vem definhando ano a ano. Em 2016, foram injetados mais de R$213 milhões. Nesse meio tempo, os investimentos reduziram para 27 milhões em 2020.

Uma saída para driblar a escassez de recursos seria a busca por parcerias privadas. Entretanto, devido às instabilidades e incertezas políticas e econômicas, as empresas diminuíram as aplicações em pesquisa e desenvolvimento.

Finep.

Finep é uma empresa pública brasileira que busca fomentar pesquisas tanto em empresas quanto em universidades. Ajudando assim a promover competitividade aos negócios, ao mesmo tempo em que provoca o desenvolvimento e crescimento econômico ao país.

Os seus recursos advém de verba federal e, assim como acontece com outros programas ligados ao desenvolvimento de pesquisa científica no país, a receita vem diminuindo.

De acordo com o Finep, os repasses diminuíram de R$215 milhões em 2015 para R$122 milhões em 2020. Apesar disso, o número de pesquisadores no Brasil aumentou. Em 2017, para países como Brasil, Chile, Costa Rica e Uruguai era 1,03 pesquisador para cada 1000 trabalhadores. Na Argentina, eram 2,91 pesquisadores por 1000 trabalhadores.

Só que os investimentos em pesquisadores não aumentou proporcionalmente ao crescente número de pesquisadores. No ano de 2014, 2,3 % do PIB brasileiro era gasto com pesquisadores. Em 2018, menos de 0,01%, de acordo com o Relatório de Ciências da Unesco.

Como resultado, a fuga de cérebros para os países que possuem maiores investimentos torna-se um problema inevitável.

A produção científica nos últimos anos no Brasil.

Os desafios da produção científica

Apesar de tudo, a produção científica apresenta números relativamente positivos.

Conforme o relatório da Clarivate Analytics, em colaboração com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), no período entre 2011 e 2016, o Brasil era o 13º produtor de publicações científicas.

Ainda segundo o relatório, 32,03% das pesquisas científicas brasileiras tiveram colaboração internacional.

Ocorreram muitas publicações voltadas para a área da saúde. Aliás, nesse nicho se concentram muitas empresas colaboradoras. Para citar um exemplo, a Petrobras esteve envolvida em 190 publicações nesse período.

Áreas das produções científicas.

De acordo com o relatório, as áreas que o Brasil mais se destaca nas produções científicas são: bioquímica, biologia molecular, ciência vegetal e saúde pública, ambiental e ocupacional. Outra área que vem se destacando e recebendo grandes recursos, é a ciência espacial, com receita de mais de 1 bilhão na última década no período analisado.

Já no período de 2015-2017, as publicações que tiveram parcerias entre universidades e as indústrias, corresponderam a 2,4% do total de publicações produzidas no período, em conformidade com o relatório da Unesco.

Em relação às parcerias com a indústria, o setor farmacêutico possui grande interesse em pesquisar novas soluções para a área da saúde. Segundo a Unesco, 38% das publicações são relacionadas à área da ciências da saúde.

Crescimento da produção científica.

Como mencionamos anteriormente, de 2011 a 2016, houve uma evolução no total de produções científicas, a qual continuou crescendo, chegando em 2019 com mais de 74 mil pesquisas científicas publicadas.

Apesar das limitações, cientistas brasileiros publicaram 3 vezes mais que a média global nos seguintes temas, por exemplo: uso sustentável de ecossistemas terrestres e estado da biodiversidade terrestre.

Na área da saúde, as produções científicas são 4,2 vezes maiores do que a média global para o assunto de doenças transmissíveis tropicais. Além disso, houve um crescimento de cerca de 250% em relação às pesquisas sobre novos vírus que possam infectar as pessoas.

As Universidades Públicas.

De acordo com a Andifes, o orçamento do MEC para as Instituições Federais em 2010 era de R$5,6 bilhões de reais, que hoje corrigido pela inflação seria aproximadamente de R$7,1 bilhões de reais. No ano de 2021, esse orçamento diminuiu para 4,5 bilhões de reais.

Como resultado dessa diminuição de recursos, falta dinheiro para pagar despesas básicas nas universidades como água, luz, segurança, insumos, salários de servidores e até mesmo programas de assistência estudantil.

Ainda segundo a Andifes, em seu relatório V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das IFES, divulgado em 2018, a renda média do graduando era de R$ 1.328,00.  Assim, a bolsa de assistência estudantil possui como objetivo diminuir as desigualdades no acesso à educação superior pública. Por isso, a importância das bolsas para estimular e ajudar os estudantes a continuar os estudos, realizar pesquisas e participar dos programas de extensão.

Entretanto, com um orçamento reduzido, fica difícil auxiliar os estudantes em situação de vulnerabilidade.

Ranking Scimago.

Mesmo com as limitações, conforme o Scimago Institutions Rankings, que avalia a classificação de instituições acadêmicas, das 10 primeiras instituições brasileiras no ranking de pesquisa em 2022, todas são universidades públicas.

Conforme o relatório do panorama de produção científica de 2011 a 2016, no passado, 60% do financiamento público em pesquisa e desenvolvimento era destinado às instituições de ensino superior. Todavia, como vimos, nos últimos seis anos a situação mudou.

Outro dado importante apresentado pelo relatório é a concentração das pesquisas científicas. A região sudeste se destaca na publicação de documentos científicos: em 1º lugar, São Paulo; em 2º lugar, Rio de Janeiro e 3º lugar, Minas Gerais. No estado de São Paulo, destaca-se a Universidade de São Paulo (USP), considerada a maior produtora de pesquisa científica do Brasil, correspondendo a mais de 20% da produção nacional.

Esses dados vão de encontro com o ranking da Scimago, em que das 10 primeiras colocadas, 4 instituições são do estado de São Paulo, sendo a Universidade de São Paulo a líder do ranking.

Ranking Scimago: Pesquisa Científica Global.

Em relação ao ranking de pesquisa global, das universidades, a USP é a melhor colocada em 16º lugar. O que as pesquisas apontam é que, no geral, as universidades brasileiras melhoraram no ranking em comparação ao ano de 2019. As 3 primeiras colocadas são: Universidade de Havard (EUA), Universidade de Tsinghnuan (China) e a Universidade da Academia Chinesa de Ciências (China).

No decorrer do artigo, falamos muito sobre o papel do governo federal. No entanto, não podemos esquecer dos governos estaduais. De acordo com o relatório da Unesco, o governo de São Paulo é o estado que mais investiu em pesquisa e desenvolvimento, desde 2002.

No ano de 2017, de todos recursos estaduais investidos, os gastos do governo de São Paulo representaram 69,9%. Em segundo lugar, a região sudeste, com exceção de São Paulo, investiu no mesmo ano cerca de 10,9%. Já os governos estaduais das regiões norte e centro-oeste foram os que menos investiram: somente 3,3%.

Nesse sentido, podemos concluir que onde há maior investimento, existe uma maior concentração científica seja de pesquisa, seja de tecnologias.

A primeira vacina brasileira contra o COVID-19.

Com a proliferação do coronavírus, a ciência se viu desafiada a encontrar uma solução para problema com urgência, isto é, a criar uma vacina imunizante.

Nesse meio tempo, o Brasil realizou parcerias com empresas farmacêuticas, tais como, a fabricante chinesa de medicamentos Sinovac Biotech, que se associou ao Instituto Butantan para o desenvolvimento e testagem da vacina contra o Coronavírus, a CoronaVac.

Em novembro de 2020, começaram as pesquisas para o desenvolvimento da vacina brasileira contra a Covid-19, a Spin-Tec

De acordo com a Agência Fapesp, a vacina foi desenvolvida no Centro Tecnológico de Vacinas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em colaboração com a Fundação Oswaldo Cruz em Minas Gerais. 

O desenvolvimento do imunizante contou com a parceria de várias instituições como o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a FAPESP. Esses parceiros investiram e apoiaram nas fases 1 e 2 e nos ensaios pré-clínicos e clínicos.

Vantagens da SpiN-Tec.

A SpiN-Tec é uma grande conquista da ciência brasileira. A primeira vacina desenvolvida com insumos e tecnologia nacionais.

Em novembro do ano passado, iniciou os primeiros testes em humanos na Faculdade de Medicina da UFMG, em Belo Horizonte (MG). Ela traz algumas vantagens no que se refere a outros imunizantes como a maior efetividade contra variantes do SARS-CoV-2. Além disso, pode ser mantida a uma temperatura de 4ºC, como outras vacinas. Assim, pode facilitar o transporte, alcançando lugares remotos, sem perder a qualidade e prejudicar a sua eficácia.

Conclusão.

Neste artigo, vimos os desafios das produções científicas no Brasil. Desde os poucos recursos, falta de infraestrutura nas universidades públicas e o apoio para os pesquisadores.

Entretanto, a ciência brasileira vem ganhando mais espaço no cenário mundial, apesar das limitações. Como exemplo, a parceria de instituições públicas com empresas farmacêuticas para o desenvolvimento de vacinas e insumos para o combate ao novo coronavírus.

Além disso, o Brasil está desenvolvendo a sua primeira vacina, 100% brasileira.

Portanto, se com poucos recursos, a ciência está evoluindo, com mais investimentos nas universidades e a valorização da ciência e dos profissionais, todos só temos a ganhar.

A ciência é o suporte para o desenvolvimento econômico, social e sustentável. Podemos ser referência mundial em pesquisa, inovação e sustentabilidade. Para isso acontecer, a ciência deve ser prioridade, assim como a educação, porque ambas caminham juntas.

Acesse institutobrasilsocial.org.br/blog e confira outros artigos do Instituto Brasil + Social.

Escrito por Adilson Júnior.

Revisado por Thais Moreno Ferreira.

Publicado por Gabriela Burcius Arguelles Horrio.

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