Diabetes e alimentação: qual a relação?
A má alimentação foi responsável por 70% dos novos casos de diabetes 2 registrados em 2018, segundo uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine. Pode-se classificar o diabetes Mellitus (DM) de acordo com a causa, os sintomas e o mecanismo de ação no corpo. A DM tipo 2 é a mais comum atualmente, pois está fortemente associada ao estilo de vida, alimentação, obesidade e envelhecimento.
Além disso, suas principais características são a resistência à insulina e a deficiência parcial de insulina no pâncreas. Ou seja, o corpo passa a ter dificuldades no controle da metabolização do açúcar no sangue. Com isso, o excesso de açúcar acumulado provoca diversas alterações metabólicas, como: hipertrigliceridemia, aumento de circunferência abdominal, acantose nigricans (manchas escuras na pele, com textura grossa e aveludada, principalmente, ao redor do pescoço).
Neste artigo, falaremos um pouco sobre os alimentos que causam a DM2, bem como outros fatores relacionados ao aumento de casos dessa doença no Brasil. Vamos lá?
ALIMENTOS DE RISCO
Excesso de carboidratos refinados e de carne processada, além da ingestão insuficiente de grãos integrais, foram os principais fatores associados na pesquisa publicada.
O aumento do consumo de açúcares em diversas preparações, principalmente em bebidas artificiais, colaboram para esses números alarmantes. As bebidas possuem grande impacto na alimentação por serem de fácil acesso e rápido consumo.
Os alimentos ultraprocessados procuram atrair maior satisfação na sua ingestão, aumentando a quantidade de açúcares, gorduras e saborizantes.
Em contrapartida, passamos a, cada vez mais, esquecer os alimentos in natura. Isso ocorre porque o paladar passa a querer sabores acentuados e muitas vezes não condizentes com o produto natural.
IMPACTOS causados pela GEOGRAFIA POLÍTICA
Esse modo de consumo acaba influenciando também na geografia política das cidades. Por isso, o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) publicou um documento sobre desertos e pântanos alimentares.
Desertos alimentares são locais onde o acesso a alimentos in natura – ou minimamente processados – é escasso, ou impossível. Já os pântanos são locais em que se predomina a venda de produtos altamente calóricos com poucos nutrientes, como no caso das redes de fast-food e lojas de conveniência. Os dois cenários obrigam as pessoas a se locomoverem para outras regiões para obter alimentos saudáveis. Isso irá impactar na forma de consumo e, consequentemente, no estilo de vida desses indivíduos.
COMO EVITAR A DM2?
É importante ter uma alimentação saudável para prevenir e controlar a diabetes tipo 2. Sendo assim, deve-se haver equilíbrio nos grupos alimentares, e a base da alimentação deve priorizar alimentos in natura, como frutas, verduras e legumes, cereais integrais etc. Em outras palavras, dar preferência a alimentos que são ricos em fibras, o que irá auxiliar no controle da glicemia e trânsito intestinal.
Ademais, também é importante priorizar carnes e laticínios com menor teor de gordura e menor nível de processamento, bem como evitar o consumo de açúcar de mesa. Prefira o sabor naturalmente doce de frutas e não inclua o adoçante artificial para uso diário, a menos que tenha um diagnóstico de DM ou uma recomendação individual para tal.
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Texto Elaborado por:
Nutricionista Karina Genier Fernandes CRN3 55310
Especializada em nutrição e saúde cardiovascular e nutrição clínica
Nutricionista clínica do Instituto Perdizes do HCFMUSP e Coordenadora de nutrição do IBMS
Revisão: Jéssica Duarte