A Graviola como Parte do Tratamento do Câncer, Funciona?
A graviola é uma fruta nativa da América Central, mas ao longo dos anos tem se adaptado outras regiões de clima tropical e subtropical. No Brasil, os maiores produtores estão no Nordeste, porém, também estão em Minas Gerais e no Norte do país.
Assim como a graviola, todas as frutas possuem um grande valor nutricional. Em sua composição, temos carboidratos (por exemplo, os açúcares como a frutose e a sacarose), fibras, vitaminas, minerais e também os compostos bioativos.
Além disso, usam a graviola por suas propriedades terapêuticas devido as suas funções antioxidante, antimicrobiana e anti-inflamatória.
Afinal, a graviola ajuda no tratamento do câncer?
Nas últimas décadas, realizaram alguns estudos para relacionar a graviola com a prevenção e tratamento de doenças crônicas como o câncer.
A princípio, analisaram mais de 200 compostos fitoquímicos na graviola como acetogeninas e outros compostos antioxidantes.
Algumas pesquisas realizadas tiveram respostas positivas. Porém, muitas delas não possuem embasamento – seja pela falta de testes ou pela falta de uma metodologia possível de ser reproduzida.
Em outras palavras, devido a ausência de testes realizados em humanos não sabemos a eficácia da fruta para apresentar bons resultados. Além disso, não sabemos qual parte da planta deve ser usada (folhas, sementes, raízes, polpa) e como deve ser utilizada (sucos, chás, extratos).
Por fim, o consumo habitual descontrolado da graviola pode causar danos renais e neurológicos devido a toxicidade da quantidade da parte da planta utilizada. Por exemplo, doses superiores a 5g/kg de extrato da graviola poderiam causar esses danos.
Sabemos que seria ótimo se o tratamento de algo tão complexo quanto o câncer pudesse vir de uma fruta, porém, infelizmente não é possível usar a graviola como tratamento para qualquer tipo de câncer. Ou seja, quem compartilha essa informação enganosa não ajuda o paciente e pode desestimular o tratamento correto – além de colocar uma vida em risco.
Muita atenção com a alimentação!
O câncer é uma doença complexa, e nenhum alimento tem a capacidade de curar todas as variantes de seus estágios.
Porém, manter uma alimentação equilibrada com diversos tipos de alimentos vegetais auxilia o organismo a ingerir mais fibras, vitaminas, minerais e antioxidantes.
Cuidado com os fitoterápicos.
Atualmente, existem diversos fitoterápico sendo vendidos, e entre eles, cápsulas de graviola. É importante ressaltar que todos os fitoterápicos devem ser registrados e reconhecidos pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), e atualmente, nenhum fitoterápico possui atribuição de cura ou tratamento de câncer.
Portanto, o nutricionista que deseja prescrever qualquer tipo de fitoterápico deve orientar a dosagem, a administração, a duração e as possíveis interações de qualquer substância mesmo sendo considerados naturais.
Por isso, antes de iniciar o consumo de qualquer fitoterápico consulte seu médico ou nutricionista, já que isso é importante para evitar interações medicamentosas e prejudiciais ao seu tratamento.
Aconselhamento Nutricional para Pacientes Oncológicos.
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Escrito por: Nutricionista Karina Fernanda Genier Murari Fernandes, especialista em Nutrição Clínica e Nutrição em Saúde Cardiovascular pelo Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese e coordenadora de Nutrição do Instituto Brasil + Social. CRN 355310.
Fonte: Oliveira, RS, et al. Ação Quimiopreventiva dos Fitoquímicos. Revista Brasileira de Cancerologia 2020; 66(1): e-07428. Disponível em: https://rbc.inca.gov.br/index.php/re vista/article/view/428.