Campanha setembro amarelo: fita amarela

Setembro Amarelo: o suicídio é uma das principais causas de morte entre jovens

A história do Setembro Amarelo remonta ao início dos anos 1990, nos Estados Unidos, antes de se tornar uma campanha internacional de prevenção ao suicídio. O evento-chave que deu origem ao movimento foi a trágica morte de Mike Emme, um jovem de 17 anos que tirou a própria vida, em 1994. Só para ilustrar, ele era conhecido por ser habilidoso e apaixonado por carros, tendo restaurado e pintado de amarelo um automóvel Mustang 68. Por causa disso, ele ficou conhecido como “Mustang Mike”.

No entanto, seus pais e amigos não perceberam os graves problemas psicológicos que ele enfrentava. Infelizmente, eles não conseguiram evitar sua morte. No funeral de Mike, seus entes queridos distribuíram cartões decorados com fitas amarelas. Nos bilhetes, havia a mensagem “Se você precisar, peça ajuda”. Esses cartões acabaram chegando a pessoas que estavam passando por momentos difíceis e também precisavam de apoio. Por fim, esse gesto transformador se tornou o ponto de partida para um movimento importante de prevenção ao suicídio, que adotou o amarelo como a cor do ato.

Dessa forma, o laço amarelo tornou-se o símbolo da campanha, e a mensagem de “Se você precisar, peça ajuda” se espalhou. Logo depois o movimento ganhou força e se difundiu internacionalmente, levando à criação do Setembro Amarelo, um mês dedicado à conscientização e prevenção do suicídio.

Setembro Amarelo no brasil

A campanha Setembro Amarelo surgiu no Brasil em 2014, uma iniciativa da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) com o Conselho Federal de Medicina (CFM). Ela foi inspirada em uma ação similar ocorrida nos anos 1990, nos Estados Unidos, chamada “Yellow Ribbon” (Laço Amarelo), que teve início na década de 1990.

O Setembro Amarelo tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção ao suicídio. Além disso, busca destacar a necessidade de se discutir abertamente sobre esse tema. A escolha do mês para a campanha ocorreu em função do dia 10 de setembro ser o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio. Aliás, é uma data internacionalmente reconhecida para abordar essa importante questão de saúde pública.

Desde o seu início no Brasil, a campanha tem crescido e ganhado cada vez mais visibilidade. De fato, ela vem mobilizando instituições de saúde, organizações da sociedade civil, profissionais de saúde mental, voluntários e população em geral. Durante o mês, uma série de iniciativas são realizadas em todo o país para promover a conscientização sobre o suicídio. Elas buscam oferecer informações sobre prevenção e estimular as pessoas que enfrentam dificuldades emocionais e psicológicas a procurar ajuda.

A importância da campanha

O Setembro Amarelo desempenha um papel fundamental na redução do estigma associado ao suicídio. Isso enquanto promove a empatia, compreensão e solidariedade com aqueles que enfrentam problemas de saúde mental. A campanha busca, principalmente, mostrar que o suicídio pode ser prevenido. Isso para mostrar que há ajuda disponível e que todos podem contribuir para uma sociedade mais consciente e acolhedora em relação a essa questão delicada.

Dentre as ações realizadas no Brasil, estão: iluminar prédios e monumentos importantes com a cor amarela, promover eventos educacionais e disponibilizar recursos para conscientização sobre a importância da saúde mental e da prevenção do suicídio. O lema da campanha varia a cada ano, mas a mensagem central permanece a mesma: o quanto é fundamental falar sobre o assunto, estar atento aos sinais de alerta e oferecer apoio às pessoas que estão lutando contra pensamentos suicidas.

uma questão de saúde pública

Entende-se por suicídio o ato deliberado executado pelo próprio indivíduo com a intenção de causar morte. Em razão dos impactos significativos que tem em todo mundo, o suicídio é tratado como um problema de saúde pública. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais pessoas perdem a vida devido ao suicídio do que em decorrência do HIV, malária ou câncer de mama. Esse fenômeno complexo afeta pessoas de diversas origens, idades, gêneros, culturas e classes sociais, e requer uma abordagem global para a prevenção. Por isso, o suicídio é uma questão de saúde pública de extrema relevância.

Nesse sentido, com o intuito de compreender a extensão desse problema, é fundamental analisar as estatísticas de suicídio e entender o que é o suicídio e seus determinantes. Especificamente entre os jovens com idades de 15 a 29 anos, o suicídio figura como a quarta principal causa de morte, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. Esse dado é alarmante e destaca a importância de se concentrar na prevenção do suicídio entre os jovens, que muitas vezes enfrentam desafios emocionais e sociais únicos.

Quanto aos índices, os números revelam uma tendência preocupante, especialmente no Brasil. De acordo com dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, divulgados pelo Ministério da Saúde em setembro de 2022, houve um aumento de 49,3% nas taxas de mortalidade por suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos no período de 2016 a 2021, chegando a 6,6 suicídios a cada 100 mil pessoas nessa faixa etária. Entre os jovens de 10 a 14 anos, o aumento foi de 45%, alcançando uma taxa de 1,33 suicídio a cada 100 mil pessoas.

Em busca da conscientização mundial

As taxas de suicídio variam de acordo com o país e a região, bem como entre homens e mulheres. No Brasil, por exemplo, ela é mais alta entre os homens, atingindo 12,6 suicídios a cada 100 mil pessoas. No caso das mulheres, a ocorrência é de 5,4 a cada 100 mil. Essas taxas tendem a ser mais altas em países de alta renda para os homens, enquanto, para as mulheres, os percentuais mais elevados estão em países de baixa a média renda.

É importante notar que, enquanto alguns países têm implementado estratégias nacionais de prevenção do suicídio, muitos ainda não estão comprometidos com essa causa. Apenas 38 países em todo o mundo são conhecidos por terem estratégias nacionais de prevenção do suicídio, evidenciando a necessidade de um esforço global para abordar esse problema de saúde pública.

Gostou do artigo? Aproveite e leia também outros artigos do nosso blog!

Fontes: Setembro Amarelo, TJDFT, Ministério da Saúde e ABP

Escrito por João Marcos

Revisado por Michelle Morikawa

Similar Posts

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *